quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Qual a definição de raça?



Por Ana Paula Lacerda

Qual a definição de raça? Não vou ater-me a dicionários, pois estes livros contêm apenas definições de definições inventadas pelo homem.



As raças foram divididas de acordo com características pertinentes a grupos humanos ou não. No entanto, nessas características vêm embutidos preconceitos e estes determinam o modo de lidar com essas diferenças basicamente físicas, por associar a palavra à diferença, separação.



Mas esperar o que do homem, que se acha o centro do universo?



Você - que está lendo este texto - qual a sua raça? Já sei! Descendentes de espanhóis pelo lado paterno, de italianos, pelo materno. Por que temos esta mania de achar que só descendemos de europeus. É mais chique?! Dê uma procurada na sua árvore genealógica, querido (a) e pode ter certeza de que há sangue “não branco europeu” correndo em suas veias. O que você é, afinal? Você, que se considerava um mestiço europeu, não passa de um S.R.D. (sem raça definida). Não existe um C.R.D (com raça definida) substancialmente.
E por que motivo, então, só quer um cão ou gato “de raça”?


Seria pelo mesmo motivo que só compra um relógio ou uma roupa de marca definida? Hahahahaha



O pior é que a maioria que faz questão de animais “de raça” geralmente pede por um gato “SIANÊS”, um cão “LAVRADOR” (seria para trabalhar na sua lavoura?!) ou um “YORKSHINE” (aquele cão que brilha.....). Mas pode ser um “COQUE” ou um “PUDU”.



Fala sério!



Todos somos mestiços. Você já se deparou com alguém “de raça”? Quando você fala que tem um irmão, alguém pergunta de que raça ele é? E por que quando eu falo que tenho um cão ou gato, sempre perguntam: Qual? Que raça? Ou até “Que marca?” Como assim, amigos?!!



É automático. Nem acredito que seja por mal. É como aquelas pessoas-robôs, que nunca tiveram contato com um gato e repetem: “Gato é traiçoeiro, gosta da casa e não do dono”. Essa baboseira de uma criatividade e personalidade tocantes.



Ironias à parte, gostaria de deixar algo para que refletissem.



A alma tem raça? Tentem olhar a essência, a energia dos seres, enxergar a sua alma.



Ao escolherem um animal para fazer parte da sua história, dispam-se do preconceito, de tudo o que já ouviram da boca de outros homens, esqueçam experiências passadas e permitam o momento como um presente. Sintam. Apenas sintam. Olhem nos olhos e deixem fluir sua energia. Troquem esta energia. Esqueçam cor, raça, pelagem... abrace o animalzinho e sinta. Se conseguir fechar os olhos, melhor ainda. Plagiando aquele ditado: “O coração só sente o que os olhos não vêem”. Você vai sentir algo diferente. Quando seus olhos se encherem de lágrimas, quando sentir uma energia boa percorrendo o seu corpo ou quando o seu coração bater mais forte, você saberá definir raça.



Raça = “nada” quando conhecemos o amor.







fonte:ABC Animal


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